sexta-feira, 28 de novembro de 2008
O décimo oitavo dia
Terminar um livro é tarefa bastante difícil. Há muito a se resolver, e poucas possibilidades verdadeiras de resolução. Lá o narrador não tinha mãos, mas escrevia. Agora, as mãos aparecem, constituídas pelas manchas de tinta, mas a escrita ele deixou de lado.
O livro quer continuar para além da capacidade da palavra. A própria palavra segue para além de sua tarefa de denominar. Acho que disso resultarão cansaço extremo das representações e transbordamento.
Acho também que do excesso surgirá outra obra. Nela talvez eu seja lembrado. Talvez a outra obra seja minha.
De beber e invejar não fui impedido. Faço votos de que a bebida e a inveja durem.
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