quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Vigésimo primeiro dia


O narrador não quer terminar a história que começou. Ele sente sono. Ele fica triste e adia o trabalho. O que fará o narrador após o fim? Para onde viajará? Onde ficará hospedado? Quem o receberá? Haverá glória e recompensa para ele?

Não haverá nada! O narrador cairá e será esquecido. Ele durará apenas aquela obra, e depois restará como um fantasma sem amor, nem endereço, nem filiação. O autor, este poderá descansar aliviado e ciente dos desafios de publicação. Este continuará a ter contas a pagar e a proteger-se da chuva quando chover.

Para o narrador não existirá chuva. (Como ele desejaria molhar-se só um pouquinho; depois inflamar sua voz na continuidade de uma escrita que foi potente e diária; depois decidir pelo futuro dos personagens, ele incluído.)

3 comentários:

Laura Cohen disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Que mal lhe pergunte: quando sai o livro?

Alvim Dias disse...

Parabéns pelas palavras.

abraços saudosos