domingo, 23 de novembro de 2008
O décimo terceiro dia
Muito tempo se passou desde que o narrador chegou à casa onde um homem é mantido, morto, amarrado a uma cadeira na sala de jantar. Acompanhar a trajetória da família à qual o homem pertence não é uma tarefa simples, em parte, porque pouco ocorre à família, em parte, porque aquilo que ocorre não se revela facilmente à compreensão do narrador.
Quem narra não está obrigado a nada, mas comporta-se como um endividado. Quem narra acaba então por se endividar para justificar o sentimento que tem de que há dívida a pagar. Quem narra é livre, mas desmerece sua liberdade, e se acorrenta. Nem todos toleram ter os pulsos e as canelas presos nos ferros, mas há aqueles que, nessa condição, fabulam. Uma história começa assim.
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