quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O quarto dia


Passam-se os dias na trama. São esses os dias que obedeço e registro. Os outros dias, que acomodam as ações ordinárias dos homens e mulheres que vivem fora do texto, esse dias não me pertencem.
Pensar não é uma tarefa boa. Bom é não fazer nada - mas quem investe seus melhores atributos em nada fazer acaba traído por uma obra que estranhamente lhe concerne: uma obra menor, uma obra de rebaixamento.
A consciência é um rabo pesado que a gente arrasta e suja no chão quando anda. Para tê-la é preciso não ser indiferente. Talvez essa estratégia se revele errada, e a consciência, insuportável, mas agora é tarde: aqui já há texto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fazer-me-ei sobre tuas palavras. A incapacidade de ser sereno, a raiva ainda vão afundar suas teclas e junto com elas seu dedo e sua alma, se é que ela ainda quer habitar este corpo tenso. Quanto à consciência, deixo-a para os outros carregar este rabo, pois que a partir de agora me entrego a um desejo, o desejo de te ver terminado e pisado, ainda que este desejo seja pequeno demais.